Teletrabalho e home office: o novo mundo do trabalho híbrido.
A normalização do teletrabalho
Se há um ano o teletrabalho era um mundo novo, depois da chegada do coronavírus é uma experiência pela qual boa parte da população já passou. Aquelas duas semanas de trabalho à distância tornaram-se num mês, um mês em dois meses, e passado um ano continuamos ainda em teletrabalho.
Apesar de este fenómeno ser habitual em algumas empresas há alguns anos, a pandemia veio acelerar o processo, e hoje em dia parece ter chegado para ficar. Segundo o INE, mais de um milhão de portugueses já estiveram em regime de teletrabalho.
Agora, com a distribuição das vacinas e o fim da pandemia à vista, surge a questão: será que quando isto acabar vamos voltar ao “normal”?
O que querem as empresas e as pessoas?
Não nos podemos esquecer que há duas partes envolvidas neste processo. Temos o interesse dos colaboradores e o das empresas. Por enquanto, sabemos pelas conclusões de um estudo da PwC que 75% dos CEO’s portugueses acreditam que o teletrabalho veio para ficar, muito por forma a garantir a segurança dos seus colaboradores e clientes. Esta mudança envolverá, claro, um desenvolvimento e uma reestruturação digital que irão mudar o mundo empresarial como o conhecemos hoje.
Uma das grandes vantagens para as empresas, será a abertura das suas portas a candidaturas globais. Isto significa que o melhor talento e as melhores empresas poderão, finalmente, estar ligadas à distância de um clique.
Também ficamos a saber, através de um estudo da JLL, que a larga maioria das pessoas admite que gostaria de trabalhar a partir de casa depois da pandemia. Entre vários motivos que despertam esse desejo, os principais são:
- o tempo poupado em deslocações;
- o tempo poupado em interrupções;
- e a flexibilidade na agenda.
Ao conjugar o foco das empresas na melhoria das condições de segurança, higiene e saúde, e as preferências dos trabalhadores sobre o conforto de trabalhar a partir de casa, parece inevitável que o futuro seja à distância.
Ou, pelo menos, que seja um futuro híbrido.
Previsões de um futuro híbrido
Um futuro híbrido permite que os envolvidos cheguem a um equilíbrio saudável e benéfico para ambas as partes. Segundo um estudo da Kaizen Institute, 70% das empresas planeiam adotar um “sistema misto”, sendo que a maioria sente que a produtividade dos seus colaboradores ficou igual ou tornou-se superior quando comparada com os tempos de trabalho presencial.
Poderá haver mesmo certos tipos de tarefas cuja produtividade está associada ao local de trabalho. Por exemplo, as tarefas mais repetitivas são mais adequadas ao escritório físico, onde nos é mais fácil mantermo-nos longe das tentações. Enquanto as tarefas mais criativas são mais adequadas para o trabalho remoto, onde a flexibilidade nos permite pensar de forma mais aberta.
Este sistema híbrido prevê um balanço entre os dias passados no escritório e os dias passados a trabalhar em casa. Esta será a forma ideal de mantermos todas as vantagens do conforto e segurança do home office sem que se percam os pilares do trabalho físico, principalmente em termos de formação e de integração na equipa.
Quem é que já não sente saudades de beber um café com os colegas? De um jogo de ping pong ao fim da tarde? Ou de um final de trimestre com metas atingido que acaba num jantar de celebração? Mas atenção, e antes que se perca na nostalgia desses momentos, é importante mencionar que não se colherão tais benefícios sem que primeiro se volte a pensar na forma como trabalhamos. Aqui, é preciso atribuir o devido foco à humanização e à digitalização.
Humanização porque, à distância, há coisas que perdemos. A comunicação deverá ser ainda mais clara e regular, porque já não estamos lá sempre para resolver o problema em segundos. Deverá, também, haver um foco na gestão de recursos humanos para que os colaboradores se mantenham motivados. E, ainda, aplicar formas experimentais de integração, para que qualquer colaborador se sinta parte de uma equipa que hoje vê com menos frequência. Não há fórmulas mágicas: todos estamos a aprender com este processo e o fundamental é envolver toda a equipa nessa aprendizagem, pedindo feedback e sugestões de melhoria de forma regular.
E digitalização para não ficarmos para trás. As empresas mais jovens são maioritariamente constituídas por nativos digitais, mas quem não é nativo terá de se tornar, no mínimo, fluente. Há uma necessidade de adaptação e de formação para que todos os colaboradores de uma empresa estejam a operar nos seus níveis ótimos. E não pode deixar que a sua empresa seja ultrapassada tecnologicamente.
Dicas para este novo estilo de vida
- Aprenda a desligar. Quando o seu local de lazer se transforma no seu local de trabalho pode tornar-se complicado esquecer o emprego. É importante manter uma rotina que lhe permita trabalhar quando precisa de trabalhar e de descontrair quando precisa de descontrair. Estabeleça horários fixos com intervalos estratégicos, faça uma alimentação regrada, combine atividades sociais com amigos, e aproveite para sair de casa para relaxar. Acima de tudo, lembre-se que trabalhar mais não é sinónimo de trabalhar melhor, e que uma cabeça fresca é mais produtiva do que uma que não tem tempo para descansar. Temos algumas boas dicas em relação a este assunto num outro artigo aqui.
- Reinvente o seu escritório. Agora tem a oportunidade única de poder trabalhar onde sempre sonhou. Por isso pode aproveitar para decorar o seu escritório de uma forma que o inspire, e criar um ambiente confortável, onde possa ser mais eficiente e produtivo. Na Staples poderá encontrar as cadeiras ergonómicas que precisa para melhorar a sua postura, os computadores mais úteis para o teletrabalho, e mais material de escritório que o irá ajudar no seu novo dia a dia.
- Por fim, veja o copo meio cheio. Há hábitos e coisas que, infelizmente, a pandemia nos tirou e que provavelmente não voltaremos a ter. Mas veja o lado positivo, será possível juntar o melhor dos dois mundos: o conforto e a segurança do trabalho remoto, com o espírito de equipa que apenas se encontra no escritório da sua empresa.